segunda-feira, agosto 15, 2005

Eu em stand-by

ela me contaminou com a indiferença. pelo menos eu deveria estar contaminado. é uma situação mais cômoda onde não existem expectativas nem esperança. se acontecer, legal. se não acontecer, não faz falta. eu tenho que me contaminar. pra mim faz falta. ela me elogia, me prende e me entorpece, mas não concretiza suas falas. não sei, sinceramente. devo ficar mais distante (ainda), se é que isso é possível. é, definitivamente ainda não estou contaminado.
isso vai contra toda a minha vontade. eu não quero carregar nas costas tudo sozinho. são duas bocas que se beijam, são duas mãos distintas que se tocam. não estou só. na verdade, estou. sinto-me perdido e encarcerado numa jaula de plástico. basta eu ter um pingo de força de vontade para destruí-la e me libertar, mas ao mesmo tempo eu tenho calma. eu espero. mas esperar cansa e é algo que eu detesto. esperar é deixar a vida ir embora sem perceber. eu percebo e por isso odeio esperar. é, estou quase metendo um pontapé nessas barras de plástico.
é difícil suportar esse tipo de situação quando ainda se está fraco. preciso de um tempo para respirar e ver se ela quer de fato dividir o mesmo ar comigo. depende só dela. eu já fiz minha parte. é como se sentir deixado de lado, em stand-by.

(ouvindo 'slow coming day - farewell to the familiar')

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