[ a fuga diária necessária ]

quarta-feira, outubro 21, 2009

Sabe, eu deveria utilizar isso aqui mais como o próprio título o descreve: uma fuga cotidiana. Sei que assim vai sair muita merda, muita coisa solta, esquizofrênica e totalmente aleatória, mas talvez este seja o sentido da coisa.
Farei um teste.

Caralho, que ansiedade pra organizar minha vida! É foda ter que ser gente grande, ter que mostrar pras pessoas que depositam confiança em você que você é digno desta confiança. O problema é que minha confiança também está alocada em outra pessoa, e dela aguardo uma ligação. Até lá, a ansiedade manda.

sexta-feira, outubro 09, 2009

Monografia 2007

quando concluí meu curso de comunicação social com habilitação em publicidade e propaganda pela PUC-Rio, entreguei como projeto final um livro de contos e um ensaio sobre a teoria do conto (short story). para fazer o download, é só clicar no link abaixo:

http://www.mediafire.com/download.php?mizwym0kwmz

quinta-feira, julho 02, 2009

"..." ou "3 Pontos" ou "Reticências"

"Noite. Por volta de 23:30. Algum bar ou boate, com muita gente arrumada, perfumada e aquela coisa toda, bebida rolando e o pessoal falando besteira pelos cotovelos. São Paulo, Rio de Janeiro, não sei, alguma grande capital. Um homem e uma mulher. Um rapaz e uma moça, uns vinte e tantos anos, menos, vinte. Ele é mais velho que ela, pouquinho mais. Estão na fila, esperando para entrar no tal lugar. Ele olha mas ela não percebe. Está conversando com as amigas, gesticulando, tagarelando, ignorando todos os desconhecidos. Linda, jovem, sensual, saia, pernas, cintura fina, salto alto. Se fosse loira seria muito óbvio e estereotipado, mas é morena. Ri, sorri e ajeita seu tomara-que-caia inúmeras vezes. Ele percebe e torce para que realmente caia. Coça a barba e dá um risinho abafado para si mesmo, olha para o chão, para o lado, para ela, para trás, se desculpa pelo esbarrão com alguém.
A fila anda e ela entra. A dona do pedaço. Após 7 ou 8 pessoas ele entra também..."
"É importante decidir. Seria uma boate ou um bar?"
"O bar de uma boate, que tal?"
"É, é..."
"Pois então, a música está alta, ele entra e imediatamente procura sua presa. Encontra um amigo, mas trata de imediatamente se desvencilhar deste empecilho. Decide comprar algo para beber. Ela está no bar."
"Sim!"
"Ele pede uma cerveja. Enquanto dá o primeiro gole, espia de lado e vê a moça ficar sozinha. Suas amigas vão dançar enquanto ela revolve o conteúdo da bolsa. Ele se aproxima e pergunta se pode lhe pagar uma cerveja. Ela levanta o rosto, sorri e diz que não toma cerveja. Prefere uma caipirinha ou uma tequila."
"Ou uma margarita!"
"Margarita é legal também. Gosta de margarita? Sim, ela gosta e aceita. Ele pede. Pergunta seu nome. Ela responde sem perguntar o dele. Ele se apresenta. Faz faculdade? De que? Ah, que legal, conheço fulano que também estuda lá, você o conhece? Risos. Mais algumas trivialidades, mais alguns sorrisos. Chega o drinque dela. Veio sozinha? Legal, legal. E então ela atende o celular. É uma das amigas que estão na boate. Ele apenas observa. Unhas longas, pintadas estilo francesinha, perfume importado, cabelo longo e brilhante. Desliga. Oi de novo. Ela prova o drinque e trinca os olhos. Escorre uma lágrima. Ele a seca. Não está boa? Muito forte? Ela diz que está ótima, que assim que é bom, forte. Respira fundo e dá outra golada. O que faz uma bela menina como ela numa boate? Veio para dançar ou pra procurar alguém? 'Vim pra dançar, me divertir', algumas gírias, um jeitinho meio chato de falar até então imperceptível. Termina o drinque e pede outro, deste vez por sua conta. Ele acompanha com a cerveja e se apóia no balcão.
O telefone dela toca outra vez. Ela pega o aparelho cheio de bichinhos pendurados, e atende com um 'alô' meloso. As amigas mais uma vez. Desliga. Pega a nova margarita, lambe a borda do copo como um pirulito e enche a boca com o álcool. Em dois goles, o líquido some. Ele se endireita e se intimida. Puxa mais um assunto pelo qual ela não se interessa muito. Dura pouco. Ela pergunta as horas e pede licença para ir ao banheiro. Sem problemas, ele espera. Ela demora muito para voltar e então ele percebe que ela está conversando com outro cara do outro lado do bar. Está bebendo uma caipirinha, mexendo o gelo e o limão com um canudinho azul. Ele pede outra cerveja e deixa a menina pra lá."
"Sim, e aí?"
"É, aí tem que bolar o resto."
"O resto? O que você bolou é o resto. Você não disse nada!"
"Bom, descrevi a personalidade da garota."
"Você acha?"
"Sim, eu acho. Ela é uma dessas meninas fúteis de boate que não pensam em muita coisa e só querem beber às custas dos caras."
"Não achei ela fútil."
"Não?"
"Não. Achei ela bastante inteligente."
"O quê? Por que?"
"Porque sim, oras. Ela bebe de graça e não liga pros caras. Tá ali só pra se divertir e consegue."
"Ah, e você acha a atitude dela bastante válida, muito inteligente?"
"Uhum."
"Meu Deus, você acha isso normal?"
"Acho sim."
"Em que mundo eu vivo? Será que só eu acho isso uma futilidade?"
"Defina fútil."
"Fútilo, fútil! Pessoas frívolas, que pensam em coisas que não têm a menor importância..."
"...defina importância."
"Bom, coisas com cabimento, sei lá, coisas importantes, todo mundo sabe como são."
"Pelo visto, você não sabe. É porque a importância é relativa."
"Que seja. Na minha opinião, os ideais dessa menina não têm a menor importância."
"A sua história é que não tem a menor importância. O que você quer dizer com ela?"
"Queria descrever a futilidade moderna, a fugacidade dos relacionamentos, a falta de importância dada a isso tudo."
"Ninguém vai ler isso aí porque é fútil."
"Fútil? É fútil encarar e falar da vida moderna?"
"É, não tem importância. Ninguém quer saber."
"Ah, nossa..."

domingo, junho 07, 2009

Acho que fui vítima da injustiça. Vítima também de um ato covarde, covardia consequente da inaptidão ou incompetência de uma pessoa em solucionar um problema que ela mesma agravou. Se sentiu aflita num roubo de ônibus e, desesperada, quebrou uma vidraça para tentar escapar. Os demais passageiros ficaram atônitos.
Eu gosto de lidar com pessoas mais "humanas", daquelas que você olha nos olhos e elas, inconscientemente, te convidam a nadar na imensidão de alguma coisa que você passa horas tentando descobrir o que é. Deu pra entender? Aquelas pessoas que perguntam "tá tudo bem" e uma resposta do tipo "sim, e você?" não é o suficiente.
Sei que o que aconteceu acabou sendo bom. Senti uma garfada folgada no meu prato, mas é isso que acontece quando somos aquele tipo de gente que sempre se serve de forma comedida.

segunda-feira, junho 01, 2009

Trecho de "Alta Fidelidade"

"É tão errado assim querer ficar em casa com sua coleção de discos? Colecionar discos não é como colecionar selos, ou cartelas de chope, ou dedais antigos. Há todo um mundo aqui, um mundo melhor, mais sujo, mais violento, mais pacífico, mais colorido, mais espalhafatoso, mais perigoso, mais amoroso do que o mundo no qual vivo; há história e geografia e poesia e incontáveis outras coisas que eu deveria ter estudado na escola, incluindo música." - Nick Hornby

sábado, abril 11, 2009

Trecho de "O Baile" (Firebirds)

"O que adianta sonhar com aventuras se você dá as costas à primeira que lhe aparece?" - Delia Sherman

sábado, março 21, 2009

Trechos de "Os Subterrâneos" - 02

"os detalhes são a vida da coisa"