alguma nova decisão que eu me fiz tomar, errando por ruas, sem razão, tentando lembrar palavras que eu ainda não aprendi para justificar minha condição. no alto, a luz de algum andar, nos prédios da insanidade local. pessoas absorvem energia sem ter no que gastar. gastam sem pensar, em qualquer coisa.
rastros de um breve outono em folhas secas aos meus pés. são como anos que passei sem ter nas mãos objetivos claros para atingir. dinheiro. esse é o objetivo de toda pessoa despida de cinismo e hipocrisia. mas o objetivo consome o conquistador e se transforma em paixão, cega o sujeito, o ensurdece. as pessoas buscam tijolos sem ter cimento.
eu me considero ainda muito novo para entender essas coisas, ou sou muito ingênuo e por isso as ignoro. ou então o fato de eu as ignorar seja uma prova de maturidade, depende do ponto de vista. eu as enxergo, eu convivo com elas, mas não faço parte. dinheiro é bom, mas não é tudo. não há amizade que se compre, não há um beijo que se venda. não há cofre que comporte meus sentimentos por minha família.
com ela foi assim. se afastou, empederniu e resolveu mudar suas idéias, de chofre! foi vítima de seus objetivos. como quem corta um fio de arame no meio, ela, num átimo, rompeu nossa relação e focou seus grandes olhos negros na porta da frente, abriu-a, atravessou-a e bateu-a com força. ela não teve tempo sequer de ver a minha cara. trancou a porta e tal chave perdeu o uso.
nesses meses que se seguem, tudo me remete à ela. sempre acabo falando ou pensando nela. esse sou eu. ainda procuro palavras para minha condição. não existe um nome pra isso, um nome que diga tanto como "saudade", belíssima palavra. "sono", "vida", "amigo". quero uma palavra forte.
esse sou eu. reticências perdidas na calçada esquerda de uma rua vazia.
quarta-feira, julho 20, 2005
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