sexta-feira, julho 29, 2005

O dom da invisibilidade

minha vontade era esquecer de tudo, esquecer como isso tudo começou e por que começou. só tem me dado dor de cabeça, gerado arrependimento e me feito perder tempo. mas sinto-me incapaz de deixar essa história de lado e por isso torno a pensar constantemente nisso. vindo para o trabalho, quase perdi meu ponto. voltei a mim bem a tempo.
a entrada de Furnas estava cheia de gente. voltavam do almoço e chegavam na mesma hora que eu às catracas. odeio multidões e detesto pessoas andando a minha frente. tentei me livrar da maior parte delas e acabei passando rapidamente pela catraca. eu gosto de andar sozinho, livre, sem ter ninguém à frente. sem obstáculos. e então voltei a pensar sobre o assunto.
é que ontem eu me enfiei naquela sórdida caixinha de fósforos ridiculamente à toa! bem, nem tão à toa. agora pelo menos eu sei que não devo voltar lá tão cedo. mais uma vez eu quebrei a cara, mais uma vez ela não estava lá. menina-fantasma. impossível! parece que ela não existe! devia ter combinado com ela em vez de tentar fazer algum tipo de surpresa. mas eu tinha CERTEZA de que ela estaria lá, não tinha erro. essa garota é completamente imprevisível! e invisível.
eu já não sei mais o que fazer. o que me prende a isso tudo é o fato dessa história estar interminada. na verdade, ela sequer está bem começada. é como uma dinamite que alguém acendeu o pavio mas não estourou. falhou. talvez um chute faça a bomba explodir. talvez eu próprio precise de um chute.

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